Minto, pensei e
já fiquei sim...
e inúmeras vezes.
Recebi hoje, 17
de dezembro de 2013, o perdoe-me tanto laquê, da Juliana Gervason. Recebi-o no
trabalho, com dedicatória. Li-o na meia hora final do expediente e o reli no
ônibus. Segurei-me para não transbordar em alguns trechos. A coragem de se
deixar ver através das palavras me emociona.
A POESIA ME
EMOCIONA.
Como não acredito
em coincidências, apesar de achá-la uma palavra bonita, este livro veio quase
que concomitantemente com o meu primeiro Clarice (A Paixão Segundo G.H.).
Ainda sem me
recuperar de minha primeira imersão em Clarice, mergulho, e fundo, na Gervason,
mesmo que protegida por laquê.
Elas agora vão
ficar lado a lado em minha incipiente estante.
das carências, é assim, um dos que mais
me chocou.
Com a licença da
autora, pô-lo-ei aqui:
-
carência, seu moço, o que é carência?
-carência
é vazio, menina. é não ter. é falta. é hiato.
-
mas carência dói?
-
não, carência não se sente, tem.
-
então carência é assim: quando cê recebe um email de vírus, que fala “te amo”
no assunto e cê tem vontade de abrir assim mesmo.
porque
cê sabe que é vírus. Mas é que o te amo, ainda que dito por um vírus, acalenta
um pouco o que dói lá dentro e cê acha que até ser amado por um vírus é ainda
melhor do que não ser amado por ninguém?
Juliana
Gervason, in perdoa-me por tanto laquê.
AH! Como diria
Fernando Pessoa: