sábado, 20 de dezembro de 2014

Suor.

Que calor! Que desenfreado calor!*
Quando acordo, já me checo
Quando banho, já me espero
Quando saio, já me aflijo
Quando volto, já me seco.
Desde criança é assim, as gotículas saem de mim.
Levam-me de tudo, até o que ainda está por vir.
Roupas descartáveis não param de surgir. Não me abstive
Afinal, também faço parte disso tudo.
Sem saber o que me acometia, segui.
Retraído, sim, mas em frente.
As informações em profusão elucidam as minhas aspirações.
Agora, depois de consulta nas Clínicas, uma lista de espera.
À espera duma forma seca de seguir.
Suo como vivo; sem querer.
É como quando fui ao banco, na fila, nem tão grande, no ar- condicionado, na conta em minha mão direita, na fila andando, na ilusão de estar sendo fitado, nos primeiros pingos.
Ensopado, debaixo dos braços, o direito mais. Uma leva a outra e em instantes bolhas de água cobrem meu rosto.
Abano-me.

O ar está gelado e todos me olhando, olho pro chão, olho pra frente, olho pro guarda, olho pros lados. Vergonha.
Quero sair dali, correndo. Mas, A Conta.
Abano-me mais rápido.
Quem entra já me vê brilhando.
Quero correr! Não posso. A conta.
Caio. Levo a mão à testa e caio.
Finjo um desmaio – pressão alta, talvez? – disfarçará tudo.
Acudam! Acudam!
Sentado num sofá de couro, Água servida pelo gerente, Conta paga pelo segurança e _ Tô melhor, obrigado.
Saio do banco e só são onze horas da manhã.
Desde que acordei, só quatro horas se passaram.
Continuarei esperando a lista. Preciso continuar pagando a conta. Insisto em continuar vivendo. Derretendo-me pela vida.
Quero me isolar para ninguém me ver.
Tenho hiperidrose, e não tenho culpa disso.
Tento em vão expelir as pessoas, mas o termo é sempre o contrário.
Desperto indagações. Não necessariamente gostam de mim, mas ao intrigá-las, atraio-as para alguma forma de desvendamento.
Esperando a fila do Hospital das Clínicas:
Ando, Caio. Vivo, Passo. Pulo, Saio. Me estupro, Trabalho. Me escudo e Suo.
Escondido, não sei onde vou parar.

* A invenção da Crônica – Machado de Assis

Será que só eu me emocionei com este episódio dos Simpsons?



Não sei quanto a vocês, mas eu passo minhas noites assistindo aos Simpsons na Fox. Um dia desses me emocionei bastante com o episódio 125 da 6ª temporada. Eu sou aficionado por Jazz, Liza é minha personagem predileta, somaram-se esses dois ingredientes neste episódio simplesmente EMOCIONANTE.

Não deixem de conferir:






terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Garimpando livros em sebos

Pessoal, fiz compras em dois sebos aqui de São Paulo: um foi o Sebo Mania de Cultura e o outro foi o Sebo do Messias.


Todos ficam na região da Sé, na rua de trás da catedral. Mas não tem pra ninguém, o Sebo do Messias é o melhor e mais completo: funcionários que amam livros, variedade mil e catálogo informatizado e com terminais disponíveis para consulta. Os preços também são muito bons, vou pôr as fotos aí embaixo e o preço que paguei por cada um.

Na verdade, fui em busca desse livro:
O facsimilar do livro O Quinze, da Raquel de Queiroz. Editado pelo Senado Federal, em 2008. Nunca o vi pra vender em livrarias, mas já o vira antes no Sebo Mania de Cultura. R$ 40,00.




Como já estava lá, aproveitei e fiz a festa.

Leite Derramado, Chico Buarque. Ed. Cia das Letras. O livro do Chico que mais queria ler. R$10,00. Estava por R$ 20,00; mas mostrei a página do Submarino mostrando que estava por R$ 23,00 novo.

Todos agora foram comprados no Sebo do Messias:

 O velho e o mar, do Ernest Hemingway. Ed. Civilização Brasileira. Estou ansioso para lê-lo. A história parece ser massa. R$10,00.

 A visita cruel do tempo, de Jennifer Egan. Ed. Intrínseca. Não sei nada sobre o livro, mas a capa é foda e o preço foi R$ 20,00.

Uma Vida Inventada, Maitê Proença. Ed. Agir. Não gosto muito de atores que escrevem, mas vou ver qual é a dela. Ah, o livro estava só por R$ 5,00.

Budapeste, Chico Buarque. Ed. Cia. das Letras. Comprei pois estava por R$ 15,00, porém assisti ao filme e não gostei. Mas vou ler.

 Coleção Lya Luft, da Ed. Record: Pensar é Transgredir; Perdas & Ganhos e A riqueza do mundo. Os três saíram por R$ 15,00.

O Natimorto, Lourenço Mutarelli. Ed. Cia. das Letras. Quem me conhece sabe que sou apaixonado pelo Lourenço. Digo, apaixonado mesmo... tipo: quero casar com ele. R$ 15,00.

O Mundo de Sofia, Jostein Gaarder. Ed. Cia. das Letras. Todo mundo já teve que fazer um trabalho sobre ele, mas – pelo menos eu – só li o resumo. R$ 25,00.

A Estrada, Cormac McCarthy. Ed. Alfaguara. O vídeo do Vlog que adoro: Estante Indiscreta, me fez querer ler este livro. R$ 15,00.

Todos os livros estão em perfeito estado e ainda tive um desconto de 10%.

Fica a Dica:

Sebo Mania de Cultura: Rua Doutor Rodrigo Silva, nº 34. Sé. (11) 3107-1731
 Sebo do Messias: Praça João Mendes, 140. Sé. (11) 3104-7111. Site: sebodomessias.com.br


segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Precisamos falar sobre Sam Cooke

Gente, alguém aí conhece Sam Cooke.

Bem, o cara só é considera o rei do Soul. Olha a música abaixo, que som gostoso.


Enjoy!


sábado, 13 de dezembro de 2014

Covardia

Gostaria de falar sobre covardia.

Vou citar um livro, um filme e a bíblia como referência de um fato.

Recentemente li o magnífico livro O Cortiço, de Aluísio de Azevedo (sim, sei que é um clássico e que todos já devem tê-lo lido na escola. Mas, sou poscoce mesmo). Coincidentemente, assisti recentemente ao filme: 12 anos de Escravidão, do diretor Steve McGueen. Ah, para completar, estou lendo a Bíblia, mas não como escritura sagrada, e sim como peça literária (o que torna a obra até mais fácil de ser lida).

Começo explanando que O Cortiço é uma das melhores narrativas que tive contato, a fluência do texto e os acontecimentos soam como um relato futriqueiro de vizinhos. Ater-me-ei aqui a relação do personagem fio condutor, João Romão – dono do cortiço –, e de sua companheira, a crioula Bertoleza.

Bertoleza era, o que Laurentino Gomes explica em seu excelente livro 1808, “negro de ganho”; trabalhava arduamente e livremente para enviar uma quantia fixa a seu dono e ficar com resto. João Romão aproveitou-se das economias da escrava trabalhadeira para ampliar seus negócios e a cafuza aproveitou-se dele pois “não queria sujeitar-se a negros e procurava instintivamente o homem numa raça superior à sua”.

O caso é que com o desenvolver da riqueza de João Romão ele, que era um ser rude e sem modos, queria fazer parte da alta sociedade da época. Engraçou-se com a filha do seu vizinho grã-fino e agora Barão, o Miranda.

Só que a escrava Bertoleza, que lutara junto a ele e foi a propulsora de sua riqueza, agora era um empecilho entre o Velho e Zulmira, filha do Miranda.

Muito se pensou em soluções para se livrar da negra: Pagá-la alguns contos, fazê-la de empregada – o que foi recusado veementemente por Bertoleza. Até em matá-la, João Romão cogitou. Tudo para que pudesse se casar com uma branca e entrar para alta sociedade.

Aí veio a traição: depois de anos dita como fugitiva, seu companheiro armou para que a polícia junto com o seu dono fosse a sua casa de surpresa e a levasse de volta, como escrava.

Os policiais, vendo que ela não despachava, desembainharam os sabres. Bartoleza, então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e, antes que alguém conseguisse alcançá-la, já de um só golpe certeiro e fundo rasga o ventre de lado a lado”.

Isso dito, vamos aos 12 Anos de Escravidão

Solomon Northu era um negro liberto que foi vendido como escravo. Por sua inteligência, consegue algumas regalias e para mostrar sua lealdade ao seu “dono” é “obrigado” a chicotear a personagem da ganhadora do Oscar de melhor atriz coadjuvante, Lupita Nyong'o. 1º ato de covardia.

Quando teve oportunidade, conta sua história a um construtor que o conhece na fazendo e o mesmo encontra sua família e amigos e o resgata, nesta hora, a personagem que chicoteara suplica sua ajuda – que a leve junto consigo – e ele apenas vai.
O cara ainda teve coragem de escrever um livro (sim, isso foi uma história real); um livro sobre covardia.

Aí vem a pergunta: será que vale a pena sobreviver a qualquer custo – Será, SErá, SERá; SERÁ? –, se o prêmio será morrer, só que mais velho. Não seria mais honroso viver o bastante para não se envergonhar.

Sei que ninguém é capaz de julgar o outro. Se cascaviarmos, todos nós temos nossos podres escondidos ou anônimos.

E quando falei que ia citar a bíblia, é que nos trechos que li e citam a escravidão, não há nenhuma alusão a coisa proibida, pelo contrário: no Livro de Jó, deus diz: “no mundo inteiro não há ninguém tão bom e honesto como ele. Ele me teme e procura não fazer nada que seja errado”, mesmo sendo citado que ele tinha escravos.

Aí fica a dúvida: será que deus pôs no mundo pessoas divididas em castas? Os indianos estão certos?

Só posso falar por mim. Eu morreria no próprio navio negreiro, não me submeteria a escravidão por um segundo sequer e iria e vou contra os ensinamentos de deus se é isso que ele prega.


Vou ler toda a bíblia para ter autoridade para falar sobre, mas o que eu li até agora não me faz um religioso, ao passo, tô quase passando de agnóstico a ateu.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

HIV, Hepatite B, Sífilis e Herpes: Tá Bom pra Você?!


Vou fazer um post que faz tempo que não faço: o dia a dia do meu tratamento.
Como bem vocês sabem eu tenho HIV, Hepatite B (Não Ativa) e recentemente contraí Sífilis e Herpes.

Comecei o tratamento de sífilis, mas que não deu muito certo. O doutor passou então o Vibramicina 100 mg, mas o preço é absurdo e todo mundo compra o Genérico cujo princípio ativo é o Cloridrato de Doxiciclina, este custa na faixa de R$ 27,00 a caixa com 15 comprimidos. É a minha segunda tentativa com este antibiótico, já que na primeira vez os índices abaixaram, mas não chegaram ao nível desejado. Vou ter que tomá-lo duas vezes por dia durante 30 dias.

Descobri a sífilis num exame de rotina e devo a ter pego, com certeza, em uma de minhas andadas pelos cinemas pornôs do centro de São Paulo.

Como sintomas eu só sinto muito cansaço, chego a dormir 12 horas por dia, e o engraçado é que as erupções cutâneas só aparecem quando eu frequento os cinemas. No começo, fui duas vezes depois da doença e como deitava só de cueca nos bancos do cinema a fim de ser penetrado sem saber por quem, no dia seguinte apareciam erupções que saiam pus nas partes expostas do corpo. Deixei de ir a esses lugares e as feridas cessarão. Contudo, dia 04 de dezembro de 2014, eu não resisti e fui ao Cine Arouche – achei que fosse mais limpinho – me controlei para não sentar nem encostar em nada, mas, ainda assim, uma ferida apareceu na altura do braço.
Histórico de Exames

Data/ Exame
CD4
CD8
Carga Viral
Herpes Tipo I e II IgG V. Referência
< 0,90
Herpes Tipo I e II IgM V. Referência
< 1/90
Sífilis Anticorpos TPHA
< 1/80
Sífilis VDRL
17/12/13
689 Cél./µl
1.467 Cél./µl
<40 (indetectável)
24,80
1,04
1/5120
Não Fiz
06/08/14
Não Fiz
Não Fiz
Não Fiz
30,00
0,76
1/320
1/128
17/11/14
Não Fiz
Não Fiz
Não Fiz
Não Fiz
Não Fiz
1/640
1/32


Cine Arouche

Largo do Arouche, 418 - República
São Paulo - SP
01219-011
(11) 3223-7566